A RTP obteve lucros operacionais de 13 milhões de euros em 2009, mais do triplo do que tinha orçamentado, graças a um aumento das receitas maior do que o crescimento dos custos, anunciou hoje a empresa.
De acordo com as contas relativas ao ano passado, o grupo RTP - que engloba a televisão e a rádio públicas - registou um crescimento de 47,7 por cento nos seus resultados operacionais relativamente ao ano 2008.
Esta subida deveu-se a um aumento de mais 3 por cento nos proveitos face ao ano anterior, que atingiram os 307,5 milhões de euros (valor de acordo com a contabilidade antiga mas que facilita a comparação).
Um aumento que significou a entrada de mais 9,1 milhões de euros nos cofres da RTP, conseguidos graças aos fundos públicos, já que a publicidade foi o único tipo de receita que diminuiu.
De acordo com as contas, a RTP recebeu mais 9,7 milhões de euros entre a indemnização compensatória e a contribuição para o audiovisual - totalizando 237,2 milhões -, obtendo ainda mais dois milhões em receitas comerciais. Em receitas publicitárias, o grupo perdeu 2,6 milhões de euros, descendo para os 48,6 milhões de euros. Uma queda de 5 por cento que, ainda assim, fica muito abaixo da queda do mercado publicitário no ano passado.
Embora os custos também tenham subido, esse aumento foi menor que o dos proveitos, ficando-se nos 5 milhões de euros, ou seja, 1,7 por cento.
Mais de 70 por cento destes custos foram feitos com a grelha de programação (107,6 milhões) e com o pessoal (113 milhões de euros).
Com estes desempenhos, a empresa melhorou os seus resultados operacionais de 8,8 milhões para 13 milhões de euros.
No plano de actividades e orçamento para 2009, apresentado no final do ano 2008, a administração da RTP previa obter resultados operacionais de 4,1 milhões de euros.
A empresa também conseguiu apresentar melhores resultados financeiros que, apesar de continuarem negativos, passaram de 60,8 milhões para 18,7 milhões de euros. Uma redução que se deveu sobretudo à descida das taxas de juro em 2009, segundo explicou o presidente, Guilherme Costa.
"Estes resultados dependem de razões externas", lembrou Guilherme Costa, referindo que "enquanto a RTP tiver capitais próprios negativos e logo endividamento, os resultados financeiros dependerão sempre das evolução das taxas de juro".
A empresa continuou a ter capitais próprios negativos em 2009, apesar de melhorar o valor, subindo de 696,6 milhões para 592 milhões de euros.
Também o passivo bancário foi reduzido em 73 milhões de euros, tendo passado para os 807,9 milhões de euros.
Agravados em relação a 2008 ficaram os resultados extraordinários, que passaram de 5,5 milhões positivos para 7,7 milhões negativos. Uma evolução que o presidente da RTP explicou com o impacto das 112 rescisões voluntárias realizadas no final do ano, incluindo as provisões (de mais de 7 milhões) para a continuação do processo este ano.
"Saíram 112 pessoas, mas candidataram-se 240. Admitimos que possam ser sair mais algumas dessas pessoas, portanto provisionámos esse valor para fazer face a essa possibilidade", adiantou.
Em termos líquidos, o resultado manteve-se negativo, mas melhorou de 46,9 milhões para 13,8 milhões de euros.
PMC.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
Lusa/Fim
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