No ano passado foi apresentado um total de 52 779 queixas contra os serviços de Saúde. Trata-se no entanto de um volume que causa particular inquietação ao director-geral de Saúde. Em declarações à margem do lançamento e apresentação da Sociedade Portuguesa para a Qualidade na Saúde, Francisco George atribui o aumento das queixas em 2009 à crescente consciencialização dos utentes.
"Há uma maior participação (porque) os cidadãos sabem os direitos que têm e isso é bom", declarou este responsável, numa reacção aos números hoje conhecidos, rejeitando assim que o aumento de queixas tenha a ver com a qualidade dos serviços prestados.
"A qualidade é uma questão muito mais vasta do que essa forma pontual de ver as questões", sublinhou Francisco George.
Nesse sentido, o director-geral de Saúde reafirmou que é "positivo" haver "queixas que são efectivamente registadas e que são tidas em conta e que os cidadãos têm esse direito", pelo que - lembrou - é prática da DGS aconselhar os queixosos para que recorram ao Gabinete do Utente ou a "utilizarem os sistemas que estão disponíveis para esse fim".
"As queixas têm sido analisadas, não é agora o momento de fazer esse balanço, mas nunca são ignoradas", disse ainda Francisco George.
Hospitais e médicos no topo da lista de queixas
De acordo com os números da Inspecção Geral de Saúde, foram as urgências dos hospitais o principal alvo dos queixosos no ano passado. Em causa esteve particularmente o tempo de espera.
Já os centros de saúde foram visados devido às consultas e prestação de cuidados a utentes sem médicos de família.
Das mais de 52 mil, quase 50 por cento foram contra os médicos.
Numa reacção, a Ordem dos Médicos e os administradores hospitalares consideram que o desinvestimento nos serviços de saúde poderá estar na base do aumento das queixas.
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