A tarifa do gás natural vai subir 3,2 por cento em julho para os clientes com consumos domésticos anuais inferiores ou iguais a 10 000 metros cúbicos, indicou hoje a ERSE.
Esta é a primeira vez, desde que a Entidade de Reguladora dos Serviços Energético (ERSE) fixa a tarifa de venda de gás natural aos clientes domésticos, em que há um aumento, depois de "uma descida acumulada de 7,2 por cento nos últimos anos", refere num comunicado.
A ERSE indica que o aumento global de 3,2 por cento na tarifa de gás natural equivalerá a um acréscimo de 29 cêntimos para uma fatura média de 11,41 euros por mês, o que corresponde a um casal sem filhos e um consumo anual de 150 metros cúbicos (m3) de gás por ano.
Já no caso de um casal com filhos e uma fatura média de 21,58 euros por mês e um consumo de 320 m3 por ano, esta família verá a sua fatura mensal aumentar 63 cêntimos.
Isto significa que mesmo com a subida de 3,2 por cento, a partir do dia 1 de julho deste ano, os consumidores domésticos têm tarifas que, em média, se situam 4,1 por cento abaixo do nível tarifário existente em 1 de julho de 2008.
A subida do tarifário é justificada pela ERSE fundamentalmente pela "evolução do preço do petróleo", uma vez que o preço do gás natural está indexado à cotação do petróleo em euros.
"Entre as previsões de abril do ano passado e a presente proposta tarifária, o custo do Brent (petróleo do mar do Norte) subiu mais de 30 por cento, pelo efeito conjugado do aumento do preço do petróleo bruto com a desvalorização do euros face ao dólar", explica o comunicado.
A ERSE refere também que a tarifa fixada há dois anos teve uma descida de 3,4 por cento e no ano passado registou uma quebra de 3,9 por cento em 2009, mas que outro dos fatores que levaram à redução do tarifário para este ano teve a ver com "o custo da utilização das infraestruturas reguladas de gás natural".
"Ao contrário do preço do petróleo, que a ERSE não pode controlar, aqui foram aplicadas para o 'ano-gás' 2010-2011 metas de eficiência às empresas que geraram reduções tarifárias em benefício dos consumidores".
Assim, as infraestrutura de alta pressão (transportes e terminal de gás natural liquefeito) terão metas de eficiência entre 1 e 11 por cento, os operadores das redes de distribuição (média e baixa pressão) terão de baixar os custos operacionais entre 0,5 e 3,8 por cento e os comercializadores regulados terão que reduzir os custos entre 1 a 3 por cento.
"Estas metas de eficiência vão aplicar-se durante os próximos três anos do segundo período regulatório do sector do gás natural que se inicia a 1 de Julho deste ano, o que significa que em termos acumulados teremos uma descida dos custos operacionais das empresas entre 3 a 29,5 por cento nas infraestruturas de alta pressão; de 1,5 a 11 por cento nos operadores de redes de distribuição (média e baixa pressão) e de 3 a 8,7 por cento nos comercializadores regulados", conclui a ERSE.
JS
*** Texto escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
Lusa/Fim
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