Objectivos intactos para o Benfica. Quase o epílogo de uma época para o Sporting. Ontem, no Estádio da Luz, uma equipa jogava tudo, a outra pouco. Mas foi quem tinha menos em cima da mesa que foi mais feliz. O Benfica prolongou a sua série de triunfos, vencendo pela terceira vez esta época o Sporting, garantindo a presença na final da Taça da Liga, onde irá defrontar o vencedor do encontro de hoje entre Paços de Ferreira e Nacional. O melhor que os "leões" apresentaram nos últimos tempos, naquela que foi a estreia de José Couceiro, não foi suficiente para travar um adversário superior que foi perdulário e que voltou a ser feliz no último minuto.
Sem mais nada por que lutar esta época, o Sporting entrou no relvado a querer provar que as notícias sobre a sua morte tinham sido exageradas. Treinador diferente, mas as mesmas apostas. Couceiro alinhou a mesma equipa que alinhara (e perdera) na Madeira, guardando no banco Valdés. Do outro lado, Jorge Jesus não descaracterizou nem um milímetro a sua equipa em função de eventuais poupanças para outras batalhas. Do "onze" tipo do Benfica, apenas Carlos Martins no lugar de Aimar.
Poucas vezes as duas equipas se terão defrontado com um desnível tão grande, da qualidade de jogo até à própria capacidade anímica dos seus jogadores e à crença dos seus adeptos. Isso tinha ficado provado no último domingo contra os respectivos adversários madeirenses. O Benfica conseguira inverter um resultado negativo no último minuto frente ao Marítimo, o Sporting perdera no terreno do Nacional, mesmo a jogar com mais um. Só que os "encarnados" não foram tão bons como costumam ser, nem os "leões" foram tão maus e o jogo pareceu surpreendentemente equilibrado.
O objectivo inicial do Sporting era travar o Benfica na zona de construção, mas não ter apenas destruidores. André Santos e Zapater seguravam os criativos benfiquistas, Matías ficava perto de Postiga e a estratégia estava a funcionar, aproveitando o menor fulgor adversário, que Jorge Jesus não se tem cansado de referir.
Antes de acontecer alguma coisa de relevante no jogo, contrariedade para o Sporting. Carriço lesiona-se e entra Polga. No minuto seguinte, o Benfica cria perigo, com um cruzamento de Gaitán a que Cardozo não chega e que Torsiglieri consegue interceptar.
Aos 21", regressa um fantasma benfiquista de início de época: os erros de Roberto. Matías marca um livre do lado esquerdo, a bola entra na área, o guardião espanhol do Benfica sai mal da pequena área e Postiga faz o golo. Ao terceiro jogo, o Sporting finalmente marcava ao seu grande rival esta época, mas não faltaria muito para incorrer nos pecados defensivos que têm puxado os "leões" para baixo.
Minuto 33, Polga derruba Javi García na área, Jorge Sousa assinala penálti. Na conversão da falta, Cardozo permite a defesa de Rui Patrício, mas no canto que se seguiu, cobrado por Carlos Martins, o paraguaio sobe mais alto que todos e faz o golo do empate. Nada de novo de ambos os lados. O Benfica é forte nas bolas paradas, o Sporting sofre muito nestes lances.
Nas actuais circunstâncias, restava ao Sporting lutar pelo orgulho e, literalmente, aguentar a cavalgada benfiquista rumo à vitória. Os "encarnados" acentuaram a pressão na segunda parte, criaram várias oportunidades, mas a decisão foi-se arrastando. O Sporting foi menos pressionante, parecia mais cansado e deixava-se levar, mas, ainda assim quase surpreendeu pouco antes dos 90", quando Matías, isolado, não bateu Roberto.
Quando os penáltis pareciam certos, um milagre no último minuto. Bola na área do Sporting, Cardozo e García parecem atrapalhar-se um ao outro, mas o paraguaio toca a bola para o espanhol, que faz o 2-1. Quase cinicamente, como que para não dar ao adversário hipótese de recuperar pois o jogo acabaria logo depois.
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